Abandono de povos indígenas na pandemia deixa dúvida se governo age por “omissão ou estratégia”

Impulsionada pela falta de ações concretas do governo federal, a pandemia de Covid-19 segue avançando nos territórios indígenas brasileiros. No último sábado, 652 indígenas já haviam morrido em decorrência do coronavírus, segundo levantamento da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Além disso, a organização contabiliza mais de 23,4 mil casos confirmados da doença, com 148 povos afetados, um aumento de mais de dez vezes no número de casos nos últimos dois meses.

“Os vírus e doenças, lamentavelmente, sempre foram vetores de perdas muito grandes para os povos indígenas, como uma estratégia mesmo de colonização e domínio”, afirma a Adriana Ramos, assessora do Programa de Política e Direito Socioambiental do Instituto Socioambiental (ISA), em entrevista à Agência Pública. “A forma como esse governo, que tem a postura que tem em relação à questão indígena, lida com a pandemia entre essa população, deixa muitas dúvidas em relação a isso, se é omissão ou estratégia”, diz.

Para ela, a pandemia de Covid-19 se soma a uma série de “vetores de ameaças” aos povos indígenas, como as invasões de terras, o desmatamento e o garimpo. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) atendeu a uma ação movida pela Apib em conjunto com PSB, Psol, PCdoB, Rede, PT, PDT e determinou que o Estado brasileiro tome medidas efetivas de enfrentamento da pandemia nos territórios indígenas. “A decisão é um marco no reconhecimento da Apib como parte legítima para ingressar em juízo em nome dos povos indígenas em ações de questionamento de constitucionalidade, pois foi reconhecida como entidade de classe de âmbito nacional”, ressalta Adriana.

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