APU integra reunião na Alesp para definir ações contra a privatização da Sabesp

Retomada da Frente Parlamentar contra a privatização da empresa reuniu, nesta terça (7), aproximadamente 150 pessoas, entre parlamentares e líderes sindicais e sociais. Associação foi representada pela diretora de Projetos, Francisca Francisca Adalgisa da Silva.

Mobilizando cerca de 150 lideranças políticas, sindicais e de movimentos sociais unidas pela luta em defesa do saneamento público em São Paulo, aconteceu nesta terça-feira, 7 de fevereiro, a primiera reunião de 2023 da Frente Parlamentar Contra a Privatização da Sabesp. Entre as associações presentes, esteve a APU – Associação dos Profissionais Universitários da Sabesp, representada na ocasião por sua diretora de Projetos, Francisca Adalgisa da Silva.

O evento foi organizado pelo deputado estadual Emídio de Souza, presidente da Frente Parlamentar, e aconteceu na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A primeira reunião de 2023 discutiu um planejamento de ações em torno do assunto, como a construção de uma agenda que mostre à população os riscos, principalmente para as populações mais vulneráveis, de uma Sabesp privatizada.

Estiveram presentes representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema-SP), Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas de Santos, Baixada Santista, Litoral Sul e Vale do Ribeira (Sintius), Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (Ondas), Sindicato dos Condutores, Sindicato dos Metroviários, Sindicato dos Engenheiros, Associação dos Aposentados e Pensionistas da  Sabesp (AAPS),  e Associação Sabesp, entre outros. Diversos parlamentares também participaram da reunião, entre os quais Luiz Fernando (PT), Luiz Carlos Marcolino (PT), Dr. Jorge do Carmo (PT), Deputado Maurici (PT), Mônica Seixas (PSOL) e das co-deputadas eleitas pela Bancada Feminista Carolina Iara e Simone Nascimento (PSOL).

Em sua participação, Francisca Adalgisa lembrou que “sempre que levantamos a bandeira contra a privatização o que ouvimos é que somos corporativistas e que estamos defendendo o nosso emprego. Saiu desta pauta, não é corporativismo, é para que ele de fato se fortaleça como um movimento social”, enfatizou e defendeu a participação da bancada feminista nesta batalha. “São as mulheres das periferias, principalmente, os povos pobres e pretos, que mais sofrerão com a falta de água e tarifas abusivas”.

Ao final do evento, a diretora da APU destacou que a retomada das ações da Frente Parlamentar contra a Privatização da Sabesp é muito importante para dar movimento para a sociedade. “Muita gente, por desinformação, acaba apoiando algo que no futuro muito próximo vai ser gravemente impactada. Temos exemplos na Argentina, na Bolívia, no Brasil, como foi a cidade de Itu (SP), Manaus (AM) e Tocantins  de que a privatização do setor de saneamento não é boa para a sociedade. Ela pode ser boa para o mercado financeiro, para venda de ações, para financeirização. Pode ser boa para quem é rico e para quem quer acumular riqueza agora para o pobre, para a sociedade como um todo, que depende da água de boa qualidade em quantidade adequada para sobreviver, não é um bom negócio”, reforçou Francisca Adalgisa.

A especialista enfatizou ainda que se o saneamento no Brasil virar um oligopólio, este irá ditar o preço da tarifa. “Não vai ser uma tarifa para atender à população mais pobre. Será uma tarifa para aumentar a rentabilidade e ganhar com o acúmulo de riqueza. Realmente, não podemos deixar que um setor tão importante para a vida e bem-estar social fique nas mãos do capital privado, e que nosso direito ao acesso à água seja restrito pela não capacidade de pagamento”, alertou. “Precisamos nos unir nessa batalha e somente com união vamos superar e manter essa Sabesp pública e quem sabe, no futuro, reverter as privatizações que já foram feitas”, concluiu Francisca Adalgisa.

O diretor de Relações Institucionais da APU, Amauri Pollachi, também participou do evento, representando o Ondas (do qual é diretor). Ele comentou que a reunião, que contou com muitos parlamentares que estão na atual legislatura e outros que irão assumir o seu mandato em 15 de março, foi muito importante. “Tivemos muitas lideranças de movimentos sociais. Foi um evento basicamente para nós organizarmos os próximos passos na luta contra a privatização da Sabesp”, disse.

Amauri ressaltou que a Frente Parlamentar irá prosseguir na próxima legislatura da Assembleia Legislativa “reforçada por um conjunto maior de parlamentares de deputados (as) que foram eleitos (as)”. O diretor da APU ainda elencou algumas atividades que estão por vir, como “trabalhar com um processo de comunicação mais integrado e atuar em algumas mobilizações que já estão programadas, como a do dia 14 de fevereiro, às 10h, em frente à Bolsa de Valores de SP. Realizaremos mobilizações e atividades  na cidade e no interior de São Paulo, buscando reproduzir essas frentes parlamentares nas Câmaras Municipais contra a Privatização da Sabesp e também mobilizar a sociedade civil e os movimentos sociais em favor de uma Sabesp pública. Foi um encontro importante para retomarmos o processo de luta contra a privatização da Sabesp”, reforçou.

Ronaldo Coppa, representante dos empregados no Conselho de Administração da Sabesp, que também fez considerações durante a reunião, disse que foi fundamental a atividade de reafirmar a Frente Parlamentar contra a privatização da Sabesp. “Precisamos através dela criar uma rede de apoio em toda a sociedade. O projeto de privatização passa pela Assembleia e precisamos ganhar todos os deputados e por meio disso trabalhar a questão dos municípios”, salientou. “Definimos que a estratégia é que vamos explorar a questão municipal. A privatização da Sabesp passa necessariamente pela permissão dos municípios e fechar apoio de prefeitos e Câmaras Municipais é fundamental para que possamos conseguir barrar este absurdo. Para Ronaldo Coppa, a empresa não tem nenhum motivo para ser privatizada. “A Sabesp é uma empresa lucrativa, que atende ao seu propósito de melhorar a qualidade de vida das pessoas e tem praticamente todo o estado universalizado. O que falta para universalizar ainda é a periferia das grandes cidades ainda, coisa que a iniciativa privada não costuma trabalhar e que tem sido o motivo pelo qual diversas cidades do Brasil e do mundo todo têm reestatizado seu serviço”, sublinhou. “A iniciativa privada fica só na questão lucro”, reforçou Coppa.

Na abertura da reunião, Emídio de Souza, presidente da Frente Parlamentar, destacou que a realização da reunião tem como meta retomar, de forma unificada e ampla, a luta contra a privatização da Sabesp. “É preciso ganhar o debate na sociedade civil e ampliar o diálogo com diferentes frentes de luta e de diferentes forças políticas. É hora de organizarmos a luta com a criação de ações como a popularização do nosso manifesto e a realização de audiências públicas na Alesp e nas câmaras municipais de todo o estado”, disse o parlamentar.

A reunião está disponível no canal da Alesp no YouTube: assista aqui.

Com informações do Sintaema-SP

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